Em 02/09/88, aos nove anos de idade, escrevi a página do meu primeiro diário. Uma letra horrível, de dar inveja a qualquer médico! Engraçado ver a inocência própria da época, os comentários sem noção, os errinhos de português.
Hoje, ao reler, morri de rir com alguns desses registros, por isso resolvi dividir algumas dessas páginas com vocês:
"19/09/88
Diário
Eu vim te escrever porque quero te contar coisas que aconteceram ontem.
Fui para a praia com minha familia e depois para o sítio do meu pai, brincamos com o barro de fazer bonecos, foi uma beleza. 02:30 fomos para o aeroporto buscar meu tio Isac. Sabe, diário, ele veio de São Paulo, é irmão de minha mãe e é doente mental.
Sabe, diário, perto do aeroporto passou um avião tão baixo que quase leva o fusquinha, que é o carro de painho. Mas ainda bem que não levou, né?"
Fortes emoções pra uma criança de nove anos (daquela época)!
E meu tio sofria de esquizofrenia, coitado.
Ah, descobri que desde tenra idade eu tinha implicância com o horário de verão:
"17/10/88
Diário
Viu quanto tempo passei sem escrever você?
Faz 5 dias o dia da criança e minha mãe me deu várias coisas, eu ganhei: um pianinho, dois biquínis, o disco da Xuxa 3 e de minha madrinha, que é tia Deca, ela me deu um um presente que é para mim e meus irmãos.
Já começou o horário de verão e eu tenho que acordar mais cedo, o relógio do vídeo cassete está marcando no horário velho e eu me atrapalho toda."
Observem o "minha mãe me deu várias coisas". E meu pai, só ajudou a pagar a conta? Hehehe
Bem, alguém conseguiria descobrir o tal presente que tia Deca me deu? Não registrei, agora já era, esquecido para todo o sempre...
Fico pensando, se eu tiver uma filha, será que ela vai se interessar em escrever um diário ou esta idéia está tão ultrapassada quanto o vídeo cassete???